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“Não há nenhum sinal de fraqueza em viver o luto migratório”, afirma Maria Klien

Neuropsicóloga, autora do Guia do Autodomínio — Para Uma Vida Com Mais Autonomia, Maria Klien assegura que há como superar os traumas da mudança de país.

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Autora do livro Guia do Autodomínio — Para Uma Vida Com Mais Autonomia, a neuropsicóloga Maria Klien diz que "não há nenhum sinal de fraqueza no fato de os imigrantes sentirem as dores da mudança de país", numa espécie de luto migratório. Para ela, é mais do que natural reagir ao fato de deixar uma vida, a família e os amigos para recomeçar outra história num lugar distante. O que não pode, no entender de Maria, é tornar esse luto migratório eterno, a ponto de não se viver plenamente a nova etapa da vida. 

Muito dos sentimentos negativos que tomam conta dos imigrantes levam a crises de ansiedade e a ataques de pânico. Ela própria já teve de lidar com esses problemas na vida pessoal e como profissional. O caminho para a superação passa pelo reencontro com o equilíbrio e a autonomia emocional, defende. "É preciso uma escuta interna e a reconstrução de vínculos consigo mesmo", diz.

A neuropsicóloga chama a atenção, ainda, para a necessidade de os pais darem mais atenção aos filhos. "Não se trata de fazer isso por sentimento de culpa, mas de parar um tempo, depois que chegar em casa do trabalho, e ouvir o que os filhos têm a dizer, olhando nos olhos, não para a tela do celular", afirma. Segundo ela, isso é fundamental para a educação dos jovens e para que eles se fortaleçam para lidar com as adversidades da vida, inclusive, saber ouvir não.