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Brasil deveria usar sua riqueza musical, como soft power, diz embaixador
Lauro Moreira é um entusiasta da produção musical no Brasil. Ele levou o cancioneiro do país mundo afora.

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O embaixador Lauro Moreira é um apaixonado por música, sobretudo, a produzida pelo Brasil. Ao longo de boa parte de sua carreira diplomática, tornou-se um difusor, mundo afora, das canções criadas por artistas brasileiros. Tudo começou, três décadas atrás, quando reuniu quatro músicos brasileiros para apresentar o cancioneiro popular do Brasil em Barcelona, onde estava a trabalho.
O sucesso foi tamanho, que o espetáculo criado por ele, passando por um século da produção musical brasileira, percorreu 22 cidades espanholas e atravessou as fronteiras do país. "Fomos das canções de Chiquinha Gonzaga e do primeiro samba de que se tem notícia, Pelo Telefone, composto por Donga há mais de 100 anos, até os sons criados nos anos de 1990 e 2000", conta.
Moreira, que foi casado com a escritora e poetisa Marly de Oliveira, também enveredou pela literatura, mesclando com as músicas, em seus shows, poemas de autores brasileiros. Um deles, Manuel Bandeira, que foi seu padrinho de casamento, lhe deixou um registro histórico. Um dia, o poeta apareceu no apartamento que o embaixador vivia em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, e passou a recitar seus versos. Moreira decidiu gravar tudo. Anos depois, transformou essa raridade em disco.
Apesar da riqueza da música brasileira, o embaixador afirma que a produção atual, em boa parte, não tem a qualidade do passado. Mas é questão de gosto, frisa. Para ele, o Brasil deveria usar melhor a sua produção artística, que é valorizada em todo o planeta, como uma espécie de soft power. No entender do embaixador, esse é um dos caminhos para o Brasil consolidar a sua força e a sua importância no contexto internacional.