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Ruy Filho é crítico de cultura, editor da Plataforma de Artes Antro Positivo e Investigador do Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa
Está na hora de as ruas serem ocupadas em nome das artes e de suas instituições, para Portugal não se tornar um país meramente cenográfico, de discurso histórico saudosista e exploração turística.
Acredite, dividir o olhar com alguém, essa ação tão simples, e que se desdobra em perceber e reconhecer, também é um gesto político revolucionário. E dos melhores.
O espetáculo promovido pelo Governo em Martim Moniz, com policiais e imigrantes como personagens em conflito, forjou uma narrativa e expos a farsa de seus criadores.
Pessoas são forjadas para servir de alicerce de validação dos princípios conservadores, em suas defesas nacionalistas, protecionistas e fronteiriças. Não serão esses os interessados pela mobilidade.
Só se luta contra aquilo que se faz vivo em si mesmo. E negar e reagir é o primeiro gesto da arte. Mesmo que seja contra quem se é, contra quem não se quer ser, contra aquilo que o atormenta.
A política, se ainda lhe interessar impedir o desmoronamento, precisa agir e achar maneiras de facilitar o acesso às moradias, preparar a cidade e proteger nossa subjetividade.
Quando personalidades agem de forma contrária ao esperado, a comunidade é estraçalhada por seu próprio julgamento. E isso serve à celebridade e ao político.
Se compreendermos a potência dos símbolos, poderemos organizar respostas à sociedade, e não aos extremistas, e inverter a Guerra Cultural que tanto lhes interessa.
Rebeca Andrade e Simone Biles são defensoras de melhor saúde mental aos atletas, são de países distintos, mas não de condições culturais distantes, pois são também mulheres, e mulheres negras.
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